Agentes Famosos
Ao longo dos tempos, uma quantidade inimaginável de espiões, recolheu as mais variadas informações secretas sobre os mais diversos temas confidenciais, mas só alguns destes espiões acabariam por ficar para sempre ligados há história mundial, alguns porque foram desmascarados, acusados e condenados, outros porque se tornaram icones e lendas e outros ainda porque acabaram mesmo por mudar o rumo das guerras e da história.
De entre todos estes agentes, decidimos, destacar apenas os seguintes
Julius Rosenberg (12 de maio de 1918 – 19 de junho de 1953) e Ethel Greenglass Rosenberg (25 de Setembro de 1915 – 19 de Junho de 1953) cidadãos americanos que foram judeus e comunistas, foram executados em 1953 após serem acusados de transmitir informações sobre a bomba atómica aos soviéticos e posteriormente condenados por espionagem. Esta foi a primeira execução de civis por espionagem na História dos Estados Unidos.
A decisão de executar o casal foi e ainda é controversa. Os outros espiões capturados pelo FBI não foram executados. O irmão de Ethel, David Greenglass, que forneceu documentos a Julius, serviu 10 dos 15 anos da pena a que foi condenado. Harry Gold, o mensageiro de Klaus Fuchs, que forneceu informações muito mais detalhadas aos soviéticos sobre a bomba atómica, cumpriu 15 anos. Morton Sobell, julgado junto com os Rosenberg, cumpriu 17 anos e 9 meses. Em 2008 ele admitiu que era espião e confirmou que Julius estava estava envolvido na rede de espionagem, segundo ele "uma conspiração que entregava aos soviéticos informações militares e industriais confidenciais".
Os Rosenbergs foram executados no pôr-do-sol de 19 de Junho de 1953 na prisão de Sing Sing, em Nova Iorque. Os seus túmulos encontram-se no cemitério Wellwood em Pinelawn, Nova Iorque.
Mata Hari, nome artístico de Margaretha Geertruida Zelle, (Leeuwarden, 7 de agosto de 1876 — Vincennes, 15 de outubro de 1917) foi uma dançarina exótica dos Países Baixos acusada de espionagem, e que acabou por ser condenada à morte por fuzilamento, durante a Primeira Guerra Mundial.
Durante a primeira guerra mundial, Mata Hari dormiu com inúmeros oficiais, franceses e alemães e por isso tornou-se um peão da intriga internacional, apesar dos historiadores nunca terem esclarecido com exatidão se ela fora realmente uma espiã. Em 1917 Mata Hari foi a julgamento na França, acusada de actuar como espiã e também como agente dupla para a Alemanha e França. Foi considerada culpada e no dia 15 de outubro do mesmo ano fuzilada.
Perseus foi o nome de código de um possível espião soviético que, alegadamente, quebrou a segurança nacional dos EUA no Laboratório Nacional de Los Alamos, durante o Projecto Manhattan. Este nome é também dado a um espião na Linha de Mísseis de White Sands, localizada no Condado de Otero (Novo México). Os indícios da sua existência resumem-se a algumas referências em arquivos do KGB. Há também algumas referências a Perseus em mensagens descodificadas pelo Projecto Venona. A identidade desta pessoa, ou mesmo a sua existência, é desconhecida, e muitos factos são questionáveis.
A primeira pessoa a escrever publicamente acerca do espião atómico Persues foi o Coronel Vladimir Chikov, da SVR (antiga KGB).Em 1991, este escreveu um conjunto de artigos em alguns jornais russos que referenciavam Perseus. Mais tarde, em 1996, publicou um livro em co-autoria com o norte-americano Gary Kern, no qual expõe estes factos. No Ocidente, o relato de Chikov acerca de Perseus suscitou pouco interesse, tendo mesmo sido desacreditado por muitos. No entanto, os cépticos são confrontados por factos icontornaveis, pois as mensagens descodificadas pelo projecto Venona contêm o nome de código não-identificado "PERS". Não só é pers a raiz linguística da palavra Perseus, como as mensagens mostram que PERS foi uma fonte soviética no Projecto Manhattan. Para além disso, muitos outros indivíduos, incluindo alguns associados do KGB, confirmaram tanto a existência específica de Perseus como a existência de outros espiões atómicos não-identificados no Projecto Manhattan. Perseus pode mesmo ter ultrapassado Klaus Fuchs em numero de estragos causados à segurança nacional dos EUA. De acordo com Chikov, Perseus esteve em Los Alamos em 1943.
Harold Adrian Russell "Kim" Philby ou H.A.R. Philby (Ambala, Índia, 1 de Janeiro de 1912 - Moscou, Rússia, 11 de Maio de 1988) foi um membro do topo da hierarquia dos serviços secretos ingleses que espiava para a União Soviética. Philby era um dos membros do grupo conhecido como “Cambridge Five”, juntamente com Donald Maclean, Guy Burgess, Anthony Blunt e John Cairncross.
Philby era filho do diplomata John Philby e nasceu na Índia, à época uma colónia britânica, onde o pai servia como magistrado. Ganhou o apelido de Kim, porque, tal como o herói do romance de Rudyard Kipling, começou a falar punjabi, a língua local, antes do inglês.
Entrou para o serviço secreto soviético em 1933, depois de ter estudado em Westminister e no Trinity College, em Cambridge, instituições que recebiam os filhos da elite britânica. Foi recrutado quando estava na universidade, juntamente com mais quatro colegas, que ficaram conhecidos como Os 5 de Cambridge* (“The Cambridge Five”).
Entrou para o serviço secreto soviético em 1933, depois de ter estudado em Westminister e no Trinity College, em Cambridge, instituições que recebiam os filhos da elite britânica. Foi recrutado quando estava na universidade, juntamente com mais quatro colegas, que ficaram conhecidos como Os 5 de Cambridge* (“The Cambridge Five”).
Conforme revelaria em entrevista, no ano de sua morte, Philby e seus colegas acreditavam que as democracias ocidentais não tinham condições para se opor ao nazi-fascismo. Na opinião deles, somente o comunismo era forte o suficiente para enfrenta-lo, este foi o motivo (discordância ideológica) que os levou a entrar para o serviço secreto soviético.
Através do jornalismo, ingressou no Serviço Secreto de Inteligência Inglês (MI6) e, utilizou a sua profissão como cobertura, para ao serviço do MI6 (Agência de inteligência Britânica) espiar os Espanhóis, durante o período da Guerra Civil (1936-1939).
Em 1944, implementou e chefiou o serviço de contra espionagem para descobrir agentes soviéticos em solo inglês, (sendo ele um desses). Informou os soviéticos dos planos dos aliados para subverter os governos comunistas no Leste europeu, durante o período da Guerra Fria, permitindo ao governo de Moscovo neutralizar este tipo de operações. No entanto, o governo britânico mantinha total confiança em Philby e considerava-o um funcionário exemplar, a prova disso é que este, chegou a ser condecorado com, a Ordem do Império Britânico.
Philby foi enviado para os Estados Unidos em 1949, e passou a chefiar a delegação dos serviços secretos britânicos, serviu de oficial de ligação com o Federal Bureau of Investigation (FBI) e a recentemente criada Central Intelligence Agency (CIA). Para a qual chegou a trabalhar directamente.
Em 1951, a deserção dos seus colegas de Cambridge, Burgess e Maclean, para o lado russo tornou-o alvo de suspeitas. Mesmo submetido a intenso interrogatório, nada revelou a seu respeito, mas, apesar disso, foi afastado das suas funções na agência de inteligência Britânica (MI6).Depois disto, foi para o Líbano, onde actuou como espião freelancer, novamente utilizando a sua profissão de jornalista como cobertura.
Em 1963, um desertor da KGB ofereceu aos serviços secretos Britanico,s evidências contra Philby, a agência enviou de imediato agentes para o Líbano, com a missão de convencer Philby a confessar, mas antes de o conseguirem este embarcou num avião de carga com destino a Moscovo, era o fim de uma ilustre carreira com mais de 30 anos como agente duplo.
Foi recebido inicialmente com desconfiança, pois até Moscovo duvidava da sua lealdade, estes desconfiavam que Philby poderia ter sido enviado pelos Britânicos para fornecer contra informação aos russos.
No início dos anos 80 obteve a cidadania soviética e foi admitido como consultor do KGB. Foram-lhe atribuídos diversos prémios e honras. Este acabou por revelar a sua história como agente duplo no livro de sua autoria “Minha Guerra Silenciosa”, que teve prefácio de Graham Greene, com quem trabalhou durante a Segunda Guerra Mundial.
Morreu em 1988, devido a complicações provocadas pelo alcoolismo, acabou por morrer antes, do colapso do regime comunista que tanto admirava.
Yamazaki Susumu (山崎 烝) (1833? - 6 de Fevereiro de 1868) foi um oficial e espião (Kansatsu) da Shinsengumi(unidade policial japonesa).
Yamasaki era um ronin de Osaka (província japonesa) e um perito en Katori Ryu(arte marcial). Em 1864, Yamazaki e Shimada Kai foram destacados por Kondo Isami (comandante da Shinsengumi) para investigar a situação que levou ao Ikedaya Jiken (confronta entre a Shinsengumi e outras organizações japonesas) a 8 de Julho. Todavia, existe uma teoria que defende que a participação de Yamazaki no Caso Ikedaya é apenas ficção criada por Shimozawa Kan e Shiba Ryotaro (romancistas japoneses).
Yamazaki tinha fama de ser excelente em literatura e artes militares. O seu talento académico era necessário durante as discussões políticas com os nobres da corte.
Yamazaki estudou medicina com Matsumoto Ryoujun. De acordo com Matsumoto, Yamazaki era um homem gentil e taciturno.
Durante a Batalha de Toba-Fushimi em 1868, Yamazaki foi gravemente ferido, acabando por morrer a 6 de Fevereiro. A localização exacta do local da sua morte é controversa. Yamasaki tinha a total confiança de Kondo e Hijikata Toshizo e foi um dos mais fiéis membros da Shinsengumi até ao final.
Sir Francis Walsingham (1530 em Scadbury Park, Chislehurst, Kent - 6 de abril de 1590, Seething Lane, Londres, Inglaterra) ocupou vários cargos públicos importantes na Inglaterra do século XVI, mas é lembrado pela história principalmente por ter sido o chefe da rede de espionagem da rainha Elizabeth I.
Francis Walsingham nasceu em Scadbury Park, no condado de Kent, supõe-se que em 1530, filho de William Walsingham e de Joyce Denny.
Walsingham estudou no King's College, em Cambridge, desde 1548, (colégio onde muitos professores protestantes eram protestantes) no entanto Walshingam não se conseguiu formar. Em 1550, viajou para o exterior e voltou á Inglaterra em 1552 para se registar na Gray's Inn (espécie de associação de advogados). A morte de Eduardo VI e a ascensão da rainha católica Maria I levaram-no a viajar novamente para fora do país. Onde aproveitou para estudar direito e Línguas, foi durante este periodo qe fez contatos, que mais tarde dariam forma á sua rede do espionagem no continente.
Quando Elizabeth I ascendeu ao trono, Walsingham voltou para a Inglaterra e, apoiado por sir William Cecil, foi eleito membro da Câmara dos Comuns, como representante da cidade de Banbury em 1559 e depois de Lyme Regis em 1563. Foi o mesmo sir Cecil que o encarregou de desmascarar a Conspiração de Ridolfi.
Nos anos seguintes, Walsingham começou a ajudar os Huguenotes franceses, para isso necessitou do apoio do clero inglês e começou a organizar sua famosa rede de inteligência. Entre os espiões que recrutou, destacam-se, Christopher Marlowe, dramaturgo e intelectual e o criptógrafo Thomas Phelippes.Walsingham treinou agentes para que estes podessem interceptar e decifrar cartas, falsificar escrita e quebrar e reparar selos de forma indetectável.
Em 1570 William Cecil, na época o principal conselheiro da rainha, escolheu Walsingham para representar os huguenotes nas negociações com Carlos IX, quando se estipulava o tratado de Blois. Em seguida sucedeu sir Henry Norris como o embaixador da Inglaterra na França. Retornou à Inglaterra em abril de 1573.
Mas Walsingham foi tão bem sucedido que lhe foi confiada uma função de maior prestígio, tornando-se secretário de estado adjunto. Em 1 de dezembro de 1577, Walsingham recebeu o título de cavaleiro. Passou os anos de 1578 e 1583 infiltrado em várias missões diplomáticas e estabeleceu sua rede de espiões em toda a Europa. E pagava as despesas de pelo menos cinquenta dos seus agentes, com parte de suas próprias riquezas.
Walsingham esteve por trás da descoberta da conspiração de Throckmorton e da conspiração de Babington. Esta última levou à execução de Mary Stuart, rainha da Escócia, em 1587. Ela que era uma das cabeças da conspiração. Antes do ataque da Armada Espanhola, Walsingham recebeu vários relatórios de alerta enviados pelos seus agentes infiltrados nas comunidades mercantis e nas cortes estrangeiras.
Walsingham também ocupou um lugar na câmara, representando Surrey, cargo que manteve até sua morte. Recebeu também os títulos honorários de chanceler da Ordem da Jarreteira e chanceler do Ducado de Lancaster.
Embora fosse um protestante devoto e um conselheiro de quem Elizabeth dependeu durante metade do seu reinado, Walsingham recebeu poucas recompensas materiais da rainha. Obteve concessões de terra, concessões para a exportação de cerveja e tecidos, e alugueres de inquilinos dos postos avançados do norte e do oeste. Entretanto, gastou uma quantidade considerável da sua renda, pois foi ele que financiou as despesas da sua rede da inteligência no continente.
Francis Walsingham morreu em 6 de Abril de 1590, deixando uma dívida considerável
Frases Célebres
"Há menos perigo em temer muito do que em temer muito pouco"
"Nada é mais perigoso do que a segurança"
Walsingham na Ficção
O filme Elizabeth mostrava um Walsingham (interpretado por Geoffrey Rush) com grandes habilidades de espionagem, mas a adaptação da história de Walsingham não foi realista.
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